Algures num universo paralelo a noite sabe a licor de ananás. Os amigos juntam-se por pura coincidência e há música.
- “Lembras-te desta música?”
- “Epah, eu devia ter uns sete ou oito anos quando esta saiu!”
-“Já passaram quase todas as músicas do Festival da Canção.”
Deram-se abraços que acabaram no chão, trocaram.se passos e pares de dança, e seguraram.se os copos à vez.
A cidade foi cúmplice. A cidade ouviu e viu dançar kizomba. A cidade ouviu “músicas de culto”. A cidade tem táxis com o sapo cocas, cujos motoristas apanham os primeiros bêbedos do dia.
E se ir trabalhar no segundo dia na loja às 14h30 de directa, ar de ressaca, com a mesma roupa, ainda a cheirar a álcool, restos de maquilhagem, e os óculos partidos vale a pena? Claro que sim! Quando temos alguém que nos faz uma serenata entre os eléctricos cheios de espanholas em véspera pascal para poder entrar na própria casa com (pormenor!) as chaves no bolso.
"Amooor... quero estar contigo, dizer.te ao ouvido... estou a.pai.xo.na.do!"
Há noites assim, em que todos os caminhos vão dar ao café.teatro.
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