Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata por trazer tudo o que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou... não amou.
Basta pensar nas oportunidades que nos escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por esta mania de viver no Outono.
Pergunto-me ás vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta? Eu sei-a de cor. Está estampada na distância dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia!", quase que sussurrados. Sobra cobardia e falta coragem até para se ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam todos nublados e o arco-íris, cinzento. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao nosso alcance... para as coisas que não podem ser mudadas, simplesmente resta.nos a paciência, mas preferir a derrota prévia à dúvida da vitória... é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, novas oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance. Não deixes que a saudade te sufoque, que a rotina te acomode, que o medo te impeça de tentar.
Desconfia do destino e acredita em ti!
Gasta mais horas a realizar que a sonhar, a fazer que a planear, a viver que a esperar, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu...
Recebido por e.mail (à muitos anos... mas ainda hoje me faz muito sentido).